A visão dele é mais de um designer do que de um esportista, mas ele falou é muitas verdades. Chegando na Patagônia logo se nota que a maioria massiva de jovens turistas — europeus, americanos... enfim, de países ricos — está equipada até os dentes com roupas e calçados ultra-hiper-tecnológicos. Aliás, não só os jovens, mas também os velhinhos americanos com baitas máquinas fotográficas que não sabem usar, fazendo um tour de ônibus com a patroa.
O clima da Patagônia é realmente imprevisível, com rajadas de vento gelado e neve seguidos por um vento quente sabe-se lá daonde. As roupas parecem verdadeiras armaduras. North Face, Jack Wolfskin, Patagonia, alemães com Deuter, franceses com Quechua e Solomon e um ou outro brasileiro usando Trilhas e Rumos e Curtlo.
Agora, antigamente, era um pouco diferente. Ernest Shackleton voltou do polo sul com roupas feitas em casa. Edmund Hillary subiu o Everest com um tecido simples de algodão impermeabilizado. Hoje, qualquer amador está melhor equipado. Parece que o mundo das marcas comprou nossa ideia de estar bem equipados, mas quem realmente parece "cool" é aquele gaúcho vaqueiro com suas tralhas de couro e lã.
Há que se admitir que o GoreTex é realmente bom. E que os fleeces esquentam bem e são leves (quem diria, eles são feitos de garrafas plásticas recicladas).
E o autor do artigo acaba com uma ironia:
"Aqui estou na frente de uma montanha pra escalar. Tenho uma indumentária técnica dos pés à cabeça. Eu não fiz nenhum exercício físico nos últimos dois anos mas, tecnicamente, eu estou pronto."
E, puxando umas fotos do passado:
fazendo cara de mal-humor |
olha a organização da mochila... |
a toca era de lã normal mesmo. mochila melhor já. |
um pouco difícil de pular aqui |
não era nem um pouco impermeável (made in brazil) |